O suor excessivo é uma condição que afeta milhares de pessoas e pode impactar significativamente a qualidade de vida. Embora transpirar seja um processo natural do corpo para regular a temperatura, quando ocorre em excesso, pode causar desconforto, constrangimento e até problemas emocionais. Vamos explorar as causas, soluções e tratamentos para essa condição, ajudando você a entender como lidar com o problema.

Quando a pessoa sua muito, o que pode ser?

Suar muito, ou sudorese excessiva, pode ter diferentes origens, desde fatores ambientais até condições médicas. Na maioria dos casos, está relacionado a um dos seguintes fatores:

Hiperidrose primária: essa condição é causada por uma hiperatividade do sistema nervoso simpático, sem uma razão médica subjacente aparente. Estima-se que afete cerca de 1% a 3% da população mundial, sendo mais comum nas mãos, pés e axilas.

Estudos indicam que cerca de 30% a 50% dos casos de hiperidrose primária estão associados à história familiar

Hiperidrose secundária: diferente da primária, é causada por uma condição médica ou uso de medicamentos. Doenças como diabetes, obesidade, hipertireoidismo, menopausa e até mesmo algumas infecções podem levar ao aumento da sudorese.

Fatores psicológicos: o estresse e a ansiedade são conhecidos por desencadear episódios de sudorese excessiva, especialmente em situações de pressão emocional.

Estímulos externos: exposição a altas temperaturas ou realização de atividades físicas intensas são causas comuns, mas não indicam um problema médico.

A identificação precisa da causa é fundamental para determinar o tratamento. Consultar um especialista é o primeiro passo para entender por que o suor excessivo ocorre e como controlá-lo de forma eficaz.

Quando o suor é preocupante?

O suor pode ser um sinal de preocupação quando ultrapassa os limites do que é considerado fisiológico, ou seja, quando acontece em situações onde não há necessidade de regulação térmica evidente. Isso pode incluir momentos em que a pessoa está em repouso, em ambientes com temperaturas amenas ou sem qualquer esforço físico. Além disso, outros fatores podem indicar que a sudorese está fora do normal:

• Localização e intensidade: sudorese excessiva e localizada, como nas axilas, palmas das mãos, plantas dos pés e rosto, de forma desproporcional, pode indicar hiperidrose.

• Presença de sintomas associados: febre, perda de peso inexplicada, palpitações ou fraqueza associadas ao suor podem indicar condições subjacentes, como infecções, problemas hormonais ou cardiovasculares.

• Impacto no dia a dia: quando o suor interfere nas atividades rotineiras, como segurar objetos, escrever ou interagir socialmente, é um sinal de que a condição está comprometendo a qualidade de vida.

• Frequência e persistência: sudorese que ocorre frequentemente, sem estar associada ao calor ou ao exercício, e persiste por semanas ou meses merece investigação.

O que fazer para diminuir o suor excessivo?

Controlar o suor excessivo pode parecer desafiador, mas pequenas mudanças no dia a dia e o uso de recursos específicos podem trazer grande alívio. Aqui estão algumas estratégias que ajudam a minimizar a condição: 

Adote o uso de antitranspirantes específicos: escolha produtos que contenham cloreto de alumínio, pois eles formam uma espécie de barreira temporária nas glândulas sudoríparas, reduzindo a produção de suor. Existem opções disponíveis em farmácias e algumas com prescrição médica para casos mais intensos.

Higiene pessoal cuidadosa: lave as áreas mais propensas ao suor com sabonetes antibacterianos para reduzir o risco de infecções e odores. Seque bem a pele após o banho, focando nas dobras do corpo.

Escolha tecidos naturais e roupas leves: prefira algodão e linho, que permitem uma melhor ventilação e absorvem a umidade da pele, ajudando a manter o conforto.

Regule a alimentação: evite alimentos e bebidas que podem desencadear sudorese, como comidas picantes, cafeína e álcool. Opte por uma dieta equilibrada que favoreça o bem-estar geral.

Utilize protetores para roupas: estes acessórios evitam manchas de suor em roupas claras ou delicadas, contribuindo para maior confiança durante o dia.

Evite sobreaquecimento: em dias quentes, mantenha-se em ambientes ventilados e use acessórios como chapéus ou sombrinhas para evitar a exposição direta ao sol.

Essas dicas podem fazer diferença no manejo diário da sudorese. Porém, para casos persistentes ou graves, é recomendável procurar um especialista para explorar tratamentos mais específicos.

Quais são os tratamentos disponíveis?

O tratamento para suor excessivo, ou hiperidrose, varia dependendo da gravidade da condição e da área afetada. A seguir, estão as opções mais comuns, baseadas em evidências e estudos clínicos:

Antitranspirantes com alta concentração de cloreto de alumínio

• Eficácia: bloqueiam temporariamente as glândulas sudoríparas.
• Indicação: primeira linha de tratamento para hiperidrose leve a moderada.
• Estudo: uma revisão publicada no Journal of Dermatological Treatment indica que os antitranspirantes são eficazes para 70% dos pacientes.

Toxina botulínica (botox)

• Como funciona: bloqueia os sinais nervosos que estimulam as glândulas sudoríparas.
• Duração: os efeitos podem durar de 6 a 12 meses.
• Evidência científica: de acordo com um estudo na revista Dermatologic Surgery, 90% dos pacientes relataram melhora significativa após o uso de botox para hiperidrose axilar.

Medicamentos anticolinérgicos

• Ação: reduzem a atividade das glândulas sudoríparas em todo o corpo.
• Efeitos colaterais: podem incluir boca seca, constipação e visão turva.
• Estudo: publicações no Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics sugerem que esses medicamentos são eficazes, mas devem ser usados com cautela devido aos efeitos adversos.

Microwave Thermolysis (MiraDry)

• Tecnologia: destrói permanentemente as glândulas sudoríparas usando energia de micro-ondas.
• Benefícios: resultados duradouros em apenas 1 a 2 sessões.
• Base científica: um estudo na Journal of Cosmetic and Laser Therapy reportou uma taxa de sucesso superior a 80%.

Simpatectomia torácica

• Procedimento: cirurgia minimamente invasiva para interromper os nervos simpáticos que controlam as glândulas sudoríparas.
• Indicação: reservada para casos graves e resistentes a outros tratamentos.
• Evidência: pesquisas mostram que, embora eficaz, a cirurgia pode causar sudorese compensatória em outras partes do corpo.

Tratamentos tópicos, como cremes e loções com prescrição, podem ser eficazes em casos leves e moderados. Medicamentos orais ajudam a reduzir a produção de suor, mas podem causar efeitos colaterais, como boca seca. 

Qual médico procurar para suor excessivo?

O dermatologista é o profissional mais indicado para orientar sobre o tratamento. Caso a sudorese tenha causas sistêmicas, como desequilíbrios hormonais, pode ser necessário o encaminhamento para um endocrinologista ou outro especialista. O diagnóstico adequado é fundamental para personalizar o manejo e garantir os melhores resultados.

Qual a diferença entre sudorese e hiperidrose?

• Sudorese: termo geral para o processo de transpiração, que é natural e necessário para a regulação térmica.
• Hiperidrose: uma condição médica caracterizada pelo excesso de suor, mesmo sem necessidade de regulação térmica.

Enquanto a sudorese é parte normal do funcionamento do corpo, a hiperidrose requer atenção especializada.

Considerações finais

Conviver com o suor excessivo pode ser desafiador, mas com o avanço das opções de tratamento, é possível recuperar a confiança e melhorar a qualidade de vida. Por fim, caso você sofra com essa condição, procure orientação médica para identificar a melhor abordagem para o seu caso. Agende uma consulta em meu site.

Dr. Felipe Cupertino 

Dermatologista Barra da Tijuca ? Dermatologista Ipanema ? Atendimento especializado ? Rio de Janeiro | RJ